ATA DA QUARTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 21-01-2009.

 


Aos vinte e um dias do mês de janeiro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Juliana Brizola, Pedro Ruas e Tarciso Flecha Negra, Titulares, e pela Vereadora Fernanda Melchionna e pelo Vereador Valter Nagelstein, Não-Titulares. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Airto Ferronato, DJ Cassiá, João Pancinha, Luiz Braz, Reginaldo Pujol e Toni Proença, Titulares. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 419 e 420/08, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal – CEF –; 1446887, 1446898, 1502369, 1502370, 1502371 e 1502529/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell cobrou da Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC – medidas que garantam maior segurança na Avenida Moab Caldas, mencionando Pedidos de Providência relativos ao assunto e relatando protesto realizado por moradores em função de acidentes de trânsito ocorridos nesse logradouro. Nesse contexto, criticou a gestão do Senhor Luiz Afonso Senna no órgão público citado por Sua Excelência. O Vereador Dr. Raul comemorou a assinatura, ontem, de termo de municipalização do Centro de Saúde Escola Murialdo, sustentando que problemas existentes no atendimento médico à população do Bairro Partenon devem ser diminuídos com a gestão desse equipamento pela Prefeitura Municipal. Também, elogiou a inauguração do banco de leite humano do Hospital Fêmina e prestou esclarecimentos acerca do processo de implantação de Unidades de Pronto Atendimento em Porto Alegre. A seguir, foi apregoado o Ofício nº 032/09, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 018/08 (Processo nº 6189/08). Também, o Senhor Presidente convidou os Senhores Vereadores para as seguintes reuniões, a serem realizadas no Salão Nobre Dilamar Valls Machado: às quatorze horas de hoje, da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes; às dezesseis horas e trinta minutos de hoje, com representantes da Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico – UNIMED Porto Alegre –; e às quatorze horas de amanhã, com representantes do Sindicato Rural de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Reginaldo Pujol teceu comentários acerca da notícia de que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente realizará concorrência pública destinada a contratar empresa para podar, remanejar e manter as árvores de Porto Alegre. Em relação ao assunto, sublinhou a relevância desse serviço para a qualidade de vida no Município, alegando que transtornos são evitados por meio de um acompanhamento eficaz do estado das árvores da Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol, dando continuidade a seu pronunciamento em Comunicações, defendeu que a Prefeitura Municipal adote a postura de realizar ações pontuais que se reflitam positivamente em diversos setores da sociedade. Além disso, propugnou por medidas que garantam a revitalização do Centro de Porto Alegre, asseverando que devem ser estudadas alternativas para que seja aumentada a qualidade de vida da população dessa região. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Tarciso Flecha Negra discorreu acerca das dificuldades enfrentadas pelas comunidades em ocupações irregulares na Cidade, chamando a atenção para os efeitos da ausência de infra-estrutura nos locais que não têm acesso aos serviços públicos básicos. Sobre o tema, conclamou os Senhores Vereadores a buscarem alternativas que garantam melhores condições de vida, ambientes mais saudáveis e mais dignidade à população de baixa renda de Porto Alegre. O Vereador Toni Proença convidou os Senhores Vereadores a participarem, no dia vinte e sete de janeiro do corrente, no Plenário Ana Terra, de reunião na qual será analisado o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Sobre o tema, afirmou que os estudos a serem realizados sobre essa legislação subsidiarão propostas de alterações a serem sugeridas na Comissão Especial a ser constituída neste Legislativo para revisar essa lei. A Vereadora Fernanda Melchionna, pronunciando-se acerca dos efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira, posicionou-se contrariamente ao índice proposto para reajuste da tarifa do transporte coletivo urbano de Porto Alegre. Nesse contexto, argumentou que, desde o ano de mil novecentos e noventa e quatro, o aumento do custo da passagem de ônibus foi superior aos índices de inflação constatados no País e ao crescimento do poder de compra dos brasileiros. O Vereador Valter Nagelstein declarou-se honrado pela indicação como Líder do Governo nesta Casa, enfatizando que trabalhará com empenho e responsabilidade na construção de um clima de constante diálogo e atuação conjunta entre os Poderes Executivo e Legislativo Municipais. Ainda, teceu considerações acerca do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell abordou decisão do Ministério Público, de encaminhar Ação Direta de Inconstitucionalidade questionando legislação referente a Cargos de Confiança deste Legislativo. Sobre o assunto, destacou que os gastos desta Casa são disponibilizados para acesso da população por meio da internet, defendendo a realização de um amplo debate para análise das políticas de contratação de pessoal implementadas nos órgãos públicos brasileiros. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Airto Ferronato, registrando ser funcionário público há trinta e quatro anos, manifestou-se quanto à Ação Direta de Inconstitucionalidade encaminhada ao Poder Judiciário no concernente a Cargos de Confiança deste Legislativo. Nesse sentido, enfatizou a importância das funções desenvolvidas pelos servidores públicos, salientando que esses trabalhadores atuam com competência e responsabilidade para garantir melhor qualidade de vida à população. O Vereador Carlos Todeschini saudou a municipalização do Centro de Saúde Escola Murialdo, lamentando, contudo, que não tenha sido garantida ao Conselho Municipal de Saúde uma participação mais efetiva na definição dos termos desse convênio. Além disso, relatou denúncia recebida do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul, de que não teria sido especificada bibliografia em Concurso Público a ser realizado no Município para preenchimento de vagas de Técnico Social Enfermeiro. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, da Deputada Federal Luciana Genro, convidando Sua Excelência a integrar a Mesa dos trabalhos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Pancinha cumprimentou o Vereador Valter Nagelstein pela indicação para Líder do Governo neste Legislativo. Também, mencionou fórum de debates sobre “Saneamento – Os Novos Rumos no Rio Grande do Sul” promovido ontem pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, em especial material sobre atividades empreendidas e planos estratégicos para o futuro apresentado na ocasião pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos. O Vereador Pedro Ruas discutiu questões atinentes à crise econômica hoje observada em nível mundial, avaliando benefícios fiscais e financeiros reivindicados pelo setor empresarial atingido por essa situação. Da mesma forma, enfocando a possibilidade de aplicação de verbas federais em programas de combate à crise, alertou para a necessidade de que a utilização desses recursos tenha como objetivo prioritário coibir demissões e garantir renda e qualidade de vida à classe trabalhadora. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Ruas, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, acerca dos reflexos da crise econômica na sociedade brasileira, citou projeto de autoria da Deputada Federal Luciana Genro, que proíbe demissões sem justa causa pelo prazo de seis meses. Ainda, frisou que essa proposta possui como base legislação da Organização Internacional do Trabalho. O Vereador Valter Nagelstein asseverou que o clima de esperança observado nos Estados Unidos da América com a posse do Presidente Barack Obama motivará movimentos por liberdade e democracia. Também, referiu-se a debates sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental programados para este ano. Finalizando, aludiu à Ação Direta de Inconstitucionalidade encaminhada pelo Ministério Público quanto a Cargos de Confiança deste Legislativo. Às dez horas e cinqüenta e sete minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores Titulares para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Adeli Sell, Toni Proença e Tarciso Flecha Negra e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Solicito ao Ver. Tarciso Flecha Negra que assuma a presidência dos trabalhos, para que eu possa usar o meu tempo de Comunicações.

 

(O Ver. Tarciso Flecha Negra assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Tarciso Flecha Negra): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, mais uma vez retomo esta tribuna para tratar de um assunto recorrente: o problema do trânsito - a insegurança do trânsito em Porto Alegre, a ausência e o descaso da EPTC.

Aqui eu tenho vários e vários Pedidos de Providências oficiais, de 1999 até hoje, de vários Vereadores solicitando a questão de sinalização, sinaleira e redutor de velocidade na Av. Moab Caldas: dos Vereadores João Carlos Nedel, Haroldo de Souza, Cassiá Carpes, Bernardino Vendruscolo, Elói Guimarães, Adeli Sell, Maria Luiza, entre outros. São dados oficiais que eu consegui cavar aqui; esse tema tratei por e-mail, por telefone, por contatos inúmeras e inúmeras vezes. Nós temos mais de duas dezenas de pessoas acidentadas lá; foram quatro mortes! Sexta-feira, um menino de quinze anos foi morto na Av. Moab Caldas por imprudência de um jovem que dirigia uma camionete de luxo; a criança morreu na hora! Ontem houve um protesto: a Av. Moab Caldas foi fechada em vários locais, também a Rua Sepé Tiaraju e outras ruas da região, inclusive, por alguns curtos minutos, a própria Av. Carlos Barbosa foi fechada.

A EPTC se comprometeu, Ver. Pedro Ruas, a estar presente. Lá na Rua Clemente Pinto, havia três ou quatro “azuizinhos” olhando a manifestação na esquina da Av. Carlos Barbosa com a Tronco. Quem foi lá? A Brigada Militar. Depois, não bastasse essa situação, alguns brigadianos disseram que motoristas haviam ligado, porque a manifestação estava atrapalhando o trânsito. Pois um sujeito quase atropelou a multidão, ficou com o carro em cima da faixa de segurança, e o brigadiano, que poderia tê-lo multado - porque um brigadiano também pode multar -, não multou, não cumpriu a sua função, mas a Brigada, pelo menos, estava lá! A EPTC, que se comprometeu a estar lá para verificar o local, tratar e discutir com os moradores, não foi, não esteve presente, assim como não está presente em nenhum lugar!

Ver. Valter Nagelstein, eu avisei o Prefeito Municipal, no primeiro ano da sua gestão, que, na área de transporte e circulação, sua equipe da EPTC era uma tragédia. Essa Secretaria não existe! O Secretário passa o tempo inteiro viajando, dando aula, dando palestras, esnobando, porque ele é um ph.D. da Universidade Leeds, fala inglês! De que adianta? Eu também falo inglês, mas eu sei e falo a língua do povo! Eu não gostaria, meu caro Valter, de começar esse debate, muito menos com V. Exª, que é um homem cordato e que eu tenho certeza de que terá conosco altivez e humildade - que conheço - com relação a este e a outros temas. Mas o Secretário Senna será chamado à barra da Justiça, porque nós temos os nossos Pedidos de Providências, todas as fotos da associação, todas as demandas; nós vamos abrir um processo, e ele será chamado às barras da lei.

A EPTC não existe; a EPTC envergonha, com a gestão Senna, a Administração Pública, eu estou cansado, o povo está cansado de arrogância. Esperamos que seja seguido o exemplo da humildade da era que se inaugurou ontem nos Estados Unidos e no mundo com Barack Obama. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)

O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. RAUL: Presidente Adeli Sell, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, eu venho aqui registrar algumas ações importantes para a cidade de Porto Alegre que vêm acontecendo em particular na área da Saúde Pública, área em que mais atuo. Após uma luta de três Governos, desde que se iniciou a municipalização da Saúde no Município de Porto Alegre, nós conseguimos, ontem, a assinatura do Termo de Municipalização das Unidades do Partenon, do Centro de Saúde Escola Murialdo. O Termo foi assinado pelo Governo do Estado, pelo Prefeito Municipal, pelo Secretário Osmar Terra, e isso traz para aquela população de mais de oitenta mil pessoas, que vêm sofrendo durante todo esse período uma dificuldade muito grande de assistência na área da Saúde Pública, uma luz, traz uma nova esperança, de que realmente melhorem muito as condições e a qualidade de vida daquela população.

Já foram assinadas ações básicas, que serão tomadas de imediato, o que significa que os mais de cem funcionários do Estado que hoje estão no Centro de Saúde Escola Murialdo serão municipalizados, ou seja, estão sob a gestão do Município de Porto Alegre, embora continuem sendo custeados pelo Estado, é o acontece com os funcionários municipalizados. Isso é muito bom porque favorece a assistência médica no Município e faz com que sejam implantadas novas equipes de PSF, o Programa de Saúde da Família, lá naquela região, haverá toda uma outra logística de atendimento para aquela população, que tanto necessita.

Então, eu queria saudar essa iniciativa, que foi uma das primeiras que tomei quando assumi o mandato de Vereador. Ou seja, procurei uma solução para essa questão, buscando, na época, enquanto Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Secretários de Saúde do Estado, do Município, Comissões, fiz reuniões com a comunidade, para que a gente realmente pudesse encaminhar, de uma maneira melhor, para o atendimento da população, que é o que mais nos preocupa, uma solução para aquela região. Isso, na realidade, foi uma solução, e agora temos que avançar muito nesse processo, porque o passo foi dado, mas a estrada é longa, como é para todos aqueles que dependem do nosso SUS - o Sistema Único de Saúde - no nosso Brasil. Acredito que foi uma ação de extrema relevância, será gradualmente implantada, mas de maneira firme, para que toda aquela população possa realmente ter uma dignidade maior no seu atendimento na área pública.

Também estive na inauguração do Banco de Leite Humano no Hospital Fêmina, do Grupo Hospitalar Conceição, que vai fazer com que aquelas crianças, aqueles prematuros, aqueles recém-nascidos com dificuldades imunológicas tenham acesso direto à prescrição médica do leite humano. É um leite pasteurizado, um leite que vai ser coletado no Banco de Leite Humano do Hospital Fêmina e que vai fazer com que a nossa taxa de mortalidade infantil, que já é a menor do Brasil, continue cada vez mais diminuindo, fazendo com que as nossas crianças vivam mais, o que é muito importante para toda a nossa comunidade. Acreditamos que isso é uma seqüência. Assim como em todas as áreas em que um Vereador atua, a Saúde Pública necessita, permanentemente, dessa vigilância, dessa fiscalização e desse entendimento real do que acontece principalmente nas áreas menos favorecidas da Cidade.

Estamos também num processo de implantação muito importante para a Cidade, que é o das Unidades de Pronto Atendimento 24 horas, as UPAs, que já vinham, desde o início do ano passado, sendo implantadas no Rio de Janeiro e em outros locais do País. Agora, através das gestões como Vereador, com o Secretário da Saúde do Estado, com o Ministro da Saúde... Inclusive, o Município adotou o mesmo procedimento também, para conseguirmos, neste ano de 2009, trazer pelo menos duas unidades para o Município de Porto Alegre, uma lá no Centro Vida, na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, e outra para atender a região de Navegantes, Sertório e as ilhas. Acreditamos que isso vai qualificar muito o atendimento de Saúde Pública na Cidade, fazendo com que as nossas Emergências passem a não estar permanentemente superlotadas. Que haja uma dignidade e uma condição de vida melhor para todos! Saúde e muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Dr. Raul.

Apregoamos o Veto Parcial, de 13 de novembro de 2009, de autoria do Prefeito Municipal, ao PLCE nº 018/08, que “define Regime Urbanístico para Subunidade 2 da Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 8 da Macrozona (MZ) 2 e para a Subunidade 3 da UEU 80 da Macrozona 1, suprime a Área Especial de Interesse Institucional da Subunidade 3 da UEU 80 da MZ 1 e dá outras providências”, para implantação do empreendimento esportivo Projeto Arena do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Li o Veto para o conhecimento das Sras Vereadoras e dos Srs. Vereadores.

Aproveito para reiterar a convocação da Mesa Diretora: hoje, às 14 horas, no Salão Nobre. Convido as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores que tiverem interesse, às 16h30min, no Salão Nobre da Presidência, a receber conosco os representantes da Unimed Porto Alegre. E também: amanhã, às 14 horas, o Sindicato Rural de Porto Alegre vem trazer o problema levantado durante a Festa da Uva e da Ameixa, a questão da sanidade animal.

O Ver. João Pancinha está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) A Verª Juliana Brizola está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, no mesmo dia em que os jornais estampam matéria em profusão a respeito da posse do novo Presidente dos Estados Unidos da América, uma notícia da área municipal se apresenta a merecer alguns comentários de minha parte. O anúncio feito pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, agora dirigida pelo nosso colega Ver. Professor Garcia, é de que irá realizar, dentro de uns vinte dias, uma licitação para ampliar a sua ação na área de poda, remanejo e manutenção das árvores públicas e muitas delas privadas aqui em Porto Alegre. Por que públicas e privadas? Engloba aquelas colocadas nas áreas públicas e algumas colocadas dentro das residências, mas impedidas de corte, remanejo ou poda por determinação da Administração Municipal.

Esse fato, aparentemente muito simples, não dá visibilidade a uma situação muito mais ampla: a de que essas podas, Ver. Todeschini, não são apenas de meia dúzia de árvores, pois milhares de árvores são podadas durante o ano, e o retardamento na realização dessas tarefas cria problemas de toda ordem, sendo o mais comum o problema de interrupção no fornecimento de energia elétrica, em função de que a maior parte da rede de distribuição elétrica de Porto Alegre não é subterrânea, é elevada, e o choque dos galhos das árvores leva a tudo isso. Eu acho que essa atividade permanente da SMAM, corriqueira, do cotidiano, se insere, Ver. Pedro Ruas, no rol daquelas pequenas situações que fazem o dia da Cidade, o dia-a-dia da Administração e que, muitas vezes, por descuido, por protelação no seu enfrentamento, acabam deixando de ser pequenas coisas para se transformarem em grandes problemas.

Hoje, meu caro, Ver. Nagelstein - a quem saúdo publicamente, o que já fiz pessoalmente, pela sua indicação para a Liderança do Governo -, enfatizo a V. Exª que o número de árvores que se encontram nas nossas vias, nas nossas ruas, ocasionando os mais diversos tipos de transtorno, desde o problema que já comentei, o da interrupção na energia elétrica, até problema no passeio público, enfim, é de tal ordem que merece uma operação especial. É por isso, Ver. Tarciso, que estou saudando a iniciativa do Secretário de Meio Ambiente, Ver. Professor Garcia, que demonstra sensibilidade - o que vários Vereadores aqui nesta Casa devem ter aguçado -, porque, na sua primeira atitude como Secretário, anuncia uma medida aparentemente simples, mas que é de grande profundidade e tem profundas conseqüências. O Ver. Pancinha sabe muito bem disso, porque também na área em que atuou mais intensamente, que é a do esgoto pluvial, os galhos de árvores, as folhas que caem acabam provocando aqueles entupimentos que geram, especialmente nos períodos de estiagem, V. Exª me explicava outro dia, outra situação incômoda para o Município, que é aquela decorrente do entupimento das bocas-de-lobo.

Sr. Presidente, Ver. Adeli, quero interromper o seu colóquio com o Ver. Pedro Ruas, que, sabidamente, deve ser dos mais inteligentes, porque se trata de duas brilhantes pessoas. Solicito tempo de Comunicação de Líder para complementar meu pronunciamento.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Está concedido, Ver. Reginaldo Pujol. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a Vossa Excelência.

Prossigo afirmando que esse tipo de providência anunciada pelo Ver. Garcia, sim, inclui no rol das atividades do dia-a-dia da Administração Municipal... E podem servir inclusive como inspiração - devem servir como inspiração - para alguns programas setoriais que certamente precisarão ser desenvolvidos pela municipalidade. Nós mesmos acreditamos que os programas de revitalização da área central de Porto Alegre devem merecer um enfoque diverso desse que tem tido a Câmara nesse momento e que tem se mostrado ineficaz ao não atingir os objetivos a que se propõe. Precisamos entender que o Centro de Porto Alegre, essa península que não é centro... É uma península, mas chamamos de centro porque sempre foi um centro financeiro, um centro político, um centro comercial, centro administrativo da Cidade, mesmo que hoje tenhamos a Câmara de Vereadores, várias repartições a latere dessa península central, mesmo assim, provocamos mobilização, movimentação, trânsito, tráfego, deslocamento de pessoas e de veículos.

Essa área está merecendo um projeto objetivo de foco especial, um verdadeiro projeto piloto que mobilize vários órgãos do Município, desde a própria Secretaria de Meio Ambiente à Fundação de Assistência Social e Comunitária, para cuidar dos chamados moradores de rua aqui na Rua Demétrio Ribeiro, na Rua Fernando Machado, na Rua Washington Luiz. São paisagens a que já se acostumaram até os moradores. Debaixo das marquises, as pessoas dormem diariamente e, nas portas dos restaurantes e supermercados, pedem esmolas todos os dias. Esse problema difícil, complicadíssimo, tem que ser enfrentado pela FASC. Eu posso até ser considerado desleal com o meu amigo Ver. Kevin Krieger, que está na FASC, mas já disse a ele que a FASC é um conjunto de enormes problemas sociais que tem que ser enfrentado com os recursos que existem, com outros que a gente tem que buscar e aí por diante.

FASC, EPTC, SMAM, SMOV, enfim, todos esses organismos têm que cuidar, e eu falo diante de uma Vereadora que está na parte superior do Centro, está lá na Rua Duque de Caxias, mas que não desconhece que, do lado de cá da Rua Duque, nessas ruas que eu mencionei, se encontra a grande população do Centro de Porto Alegre, que é o bairro mais populoso da Cidade, ao contrário do que muitos pensam. Essa população, que lhe dá a condição de liderança no ranking populacional da Cidade, concentra-se fundamentalmente na área descrita, que vai da Av. Borges de Medeiros até a Usina do Gasômetro, passando pela Alto da Bronze, enfim, consolidando nessa área. São milhares de pessoas, são cerca de cem mil pessoas que residem nessa área de Porto Alegre e que convivem com esses problemas, que teremos que enfrentar.

Eu estou preparando um estudo para oferecer como sugestão à municipalidade, um projeto piloto a ser desenvolvido nessa área, projeto que, obviamente, será acolhido ou não pelo Prefeito, mas que será uma contribuição de quem, confessadamente, foi negligente até hoje com os problemas do bairro onde mora, preocupado que foi, até agora, com problemas específicos de outras áreas da Cidade, entre as quais a Restinga, que todos sabem tem sido a minha preocupação maior. Muitas vezes, a gente vai buscar longe soluções para problemas que estão distantes de nós e nos esquecemos de olhar o problema que está muito próximo, o bairro onde vivemos, a área onde habitamos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Bom-dia, Sr. Presidente; bom-dia, Srs. Vereadores e Vereadoras; bom-dia, senhores e senhoras, eu já falei sobre inclusão social, hoje vou falar sobre injustiça social. Neste mês de janeiro, visitei três bairros em que tenho escolinha e fui chamado para uma reunião. Ontem, por exemplo, eu estive em um desses bairros. Acho que não é possível o ser humano viver daquela maneira. Nós já temos ônibus espacial indo para a lua, e o ser humano, ainda, vivendo desta maneira: vivendo com bichos, insetos, com alagamentos, com esgoto a céu aberto e seus filhos ali. Nós preocupados com a Copa do Mundo de 2014, preocupados com os espigões, preocupados com os grandes shoppings e, quando olhamos para o nosso quintal, há aquele povo sofrido.

Eles não me pediram nada demais, sabemos que muitos estão morando ilegalmente, o que me disseram foi: “Tarciso, seja a nossa voz lá, nós não queremos esmola, nós só queremos pagar, para que a gente possa morar bem e dar um futuro melhor para os nossos filhos. Nós queremos pagar o IPTU do espaço que ocupamos aqui”. Eles já moram há vinte, trinta anos, têm quatro, cinco filhos, e vão sair para onde? Para um lugar pior? Não há outro lugar pior que aquele, acho que só o inferno. Então, estou levantando essa bandeira aqui junto com vocês, eu gostaria que alguém me desse uma posição do que fazer por esse nosso povo. Muitos deles acham que nós, como governantes, temos a “caneta” e podemos dar “canetaço” para que eles possam continuar ali, mas não é assim; é difícil explicar, Ver. Carlos Todeschini, para esse pessoal que não é assim. Eu sempre vou ser a voz deles aqui dentro, enquanto durar o meu mandato. Diz Barack Obama: “O mundo está mudando, e nós temos que mudar”. Se não mudarmos, iremos viver essa miséria que está em volta.

Virá uma Copa do Mundo para cá em 2014, mas começa a ser preparada agora, não em 2014. Eu não estou preocupado com a Arena do Grêmio, com ampliação do Internacional, com edifícios bonitos no Centro ou com os grandes hotéis, eu estou preocupado é com o povo, de como vamos receber os povos de outros países. Será que estamos preparados para recebê-los bem?

Então, quero que vocês me ajudem a encontrar uma saída para isso. Não é digno, não é possível um ser humano conviver, depois de uma chuva, com cobra, com rato, barata dentro de casa. Ninguém me contou, eu vi, porque trabalho há dezesseis anos lá. Não é possível, Sr. Presidente, vivermos dessa maneira. O que eles estão pedindo? Estão pedindo socorro há muitos anos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Toni Proença está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, hoje ocupo esta tribuna para fazer um convite a V. Exas e aos técnicos desta Casa: na próxima terça-feira, dia 27, nós, por iniciativa da Mesa e do Colégio de Líderes, faremos uma imersão no Plano Diretor, por sugestão da Verª Maria Celeste, acatada por unanimidade pela Mesa e pelo Colégio de Líderes.

Essa imersão tem a intenção de que todos os Vereadores, os novos e os reeleitos, possam se apropriar de toda essa vasta matéria que é o Plano Diretor, para que possamos fornecer sugestões à Comissão de Revisão do Plano Diretor, que, como vocês sabem, foi desarquivado por solicitação do Prefeito José Fogaça, e a Casa terá de analisá-lo. É intenção do Presidente Sebastião Melo, no dia 04 de fevereiro, nomear a Comissão Especial que vai apreciar a revisão do Plano. Essa imersão servirá como subsídio para que todos os Vereadores possam, a partir do dia 04, aqueles que participam da Comissão diretamente ou que participam das Sub-relatorias, estar mais familiarizados com o Plano. Repito: será no dia 27, terça-feira que vem, às 9h da manhã, no Plenário Ana Terra, com uma apresentação do Arquiteto Newton Baggio e sua equipe, abordando todos os temas sugeridos pela Comissão que está tratando das sugestões que serão encaminhadas à Comissão, porque a Comissão é soberana, ela, então, depois de constituída, definirá os temas e a abordagem que deve ter a revisão do Plano.

Então, essa era a minha manifestação hoje de manhã. Peço a todos que reservem as suas agendas na terça-feira que vem para esse importante evento na Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Bom-dia, colegas Vereadores, colega Vereadora, eu acho que um dos temas que hoje é fundamental discutirmos na cidade de Porto Alegre e que está relacionado com a conjuntura nacional é a questão do transporte coletivo. Não é novidade para nenhum de nós, Vereadores, e principalmente para a população de Porto Alegre a grave crise econômica que já atinge o Brasil. O que antes era definido por governantes como uma “marolinha” se mostrou, na verdade, um verdadeiro furacão. Foram mais de 654 mil postos de trabalho - de carteira assinada, ou seja, o trabalho formal - fechados no ano de 2008.

O feijão, no ano passado, subiu quase 200%, o que é um impacto tremendo no bolso de um trabalhador assalariado. As linhas de crédito, que são cada vez mais difíceis para a população, com prazos menores e taxas de juros maiores, têm impacto enorme sobre a vida da população, dos trabalhadores brasileiros e também porto-alegrenses. Está difícil a conjuntura econômica à que estamos assistindo e que o Brasil atravessa, nós vemos que as empresas do transporte coletivo de Porto Alegre - ou melhor, a máfia do transporte coletivo de Porto Alegre - pede um aumento de 11,9% das tarifas de custo do transporte coletivo. Ora, é importante registrar que para nós, do PSOL, o preço da tarifa de Porto Alegre já é um abuso, uma das tarifas mais caras do Brasil: dois reais e dez centavos. Esse é um preço altíssimo para uma qualidade, muitas vezes, não correspondente ao custo desse transporte.

Vale a pena citar que, no último período, de junho de 1994 a julho de 2008, a inflação do período, o INPC, foi de 237%, que é o índice que também regula o aumento do salário mínimo, por exemplo, enquanto as empresas do transporte coletivo em Porto Alegre, com o aval dos governantes, tiveram um aumento de 467%. Está aqui o gráfico: o aumento da inflação no período e do aumento do transporte coletivo. Como a gente pode ver é brutal a diferença entre o aumento real do poder aquisitivo da população e o aumento daqueles que querem manter e aumentar a sua margem de lucro às custas dos trabalhadores, às custas dos usuários do transporte coletivo. Achamos fundamental uma revisão das planilhas de composição de custo, que todo ano são apresentadas no COMTU, parece-nos, no mínimo, duvidosas pela sua enorme diferença com relação à inflação do período, quanto aos preços exorbitantes, abusivos que estão sendo colocados para a população de Porto Alegre.

Agora, neste momento, é fundamental levar em consideração não a planilha que apresenta os empresários, não a planilha que apresenta a STS, que apresenta a ATP, mas a planilha do trabalhador. A planilha daquele que ganha 475 reais por mês e que está vendo a luz aumentar, que está vendo a água aumentar, que está vendo o preço dos alimentos no mercado aumentar, aquele que está perdendo o seu trabalho por conta da crise econômica e que vai perder talvez o direito de ir e vir, que é a responsabilidade do transporte coletivo, que leva o trabalhador para o trabalho, que leva aquele que procura emprego ao local das entrevistas, que é o que permite à população se locomover numa Cidade. Então, é fundamental que nós, Vereadores, representantes do povo, primeiro, sejamos contrários a esse aumento solicitado pelas empresas, mas, sobretudo, que estejamos atentos também à nossa Lei Orgânica, que coloca que o nosso dever é assegurar um preço do transporte compatível com o poder aquisitivo da população: dois reais e dez centavos já não é um valor compatível; dois reais e trinta e cinco é um valor absurdo, é um abuso.

Quero registrar que nós, do PSOL, somos terminantemente contrários a qualquer tipo de aumento e hoje estaremos apresentando a nossa proposta para o Prefeito Fogaça. Neste momento de crise econômica, neste momento difícil economicamente do nosso País, em Porto Alegre, que seja congelada a possibilidade de aumento do transporte coletivo da Cidade por, no mínimo, seis meses, levando em consideração as graves conseqüências das dificuldades econômicas para o bolso do trabalhador e para a situação de toda a população. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª Fernanda Melchionna, do PSOL, que falou em Comunicações.

 

O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em Comunicações. Ele é o novo Líder do Governo.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras, funcionários desta Câmara, aqueles que nos assistem pela TVCâmara, quero, em primeiro lugar, comunicar a V. Exas que, na segunda-feira à tarde, fui convidado pelo Prefeito José Fogaça para ir até o Paço Municipal, quando S. Exª me distinguiu com o convite para que assumisse a Liderança do Governo aqui na Câmara de Vereadores. Quero dizer a V. Exas, aos Vereadores da base do Governo, aos Vereadores da oposição, aos meus companheiros Vereadores do PMDB, enfim, a todos os nossos Vereadores que considero uma distinção muito grande, uma honra muito grande. E pretendo cumprir essa missão que me foi dada pelo Sr. Prefeito com a mais absoluta diligência, com zelo, com cuidado, no sentido não só de buscar representar aqui os interesses da Cidade, os interesses da Prefeitura, mas também de poder estabelecer com V. Exas, Srs. Vereadores, o diálogo que é necessário para que possamos bem cumprir as nossas missões de legisladores municipais e fazer chegar a voz de V. Exas até o Paço Municipal, até as Secretarias Municipais, para que venhamos fazer a correta e devida interlocução que deve ser feita naquilo que é o pleito, o anseio, a necessidade de cada Vereador, quando representa as suas comunidades, seu eleitorado e a população de Porto Alegre.

Quero dizer a V. Exas, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que a primeira orientação do Prefeito é a necessidade de darmos prioridade absoluta ao exame do Plano Diretor, Ver. Toni Proença, Ver. João Pancinha, Ver. Dr. Raul. O Prefeito assim manifestou, todos nós sabemos disso. É extremamente necessário, é fundamental, é imprescindível ao desenvolvimento da Cidade, à correta mediação entre todos os interesses que compõem uma capital como Porto Alegre que tenhamos a definição de um Plano Diretor. E é exatamente isso, como primeira missão, que este Vereador, que a Liderança do Governo, com o apoio e com a colaboração de V. Exas, pretende implementar já na saída do ano legislativo. Que possamos da forma mais séria possível, obviamente ouvindo todos os atores, todos aqueles que têm interesse, toda a sociedade porto-alegrense, na sua mais ampla e plural representação, encaminhar e levar adiante o exame e a discussão do Plano Diretor, para que, ao fim de 2009, se possível, já tenhamos o novo Plano Diretor da nossa Cidade.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Valter Nagelstein, é com muita satisfação que eu venho registrar a satisfação de ter V. Exª agora como nosso Líder do Governo aqui na Casa; registro a iniciativa do Prefeito José Fogaça, com toda a clareza e o discernimento que lhe é peculiar, de identificar em V. Exª as condições políticas para fazer uma articulação de qualidade entre os Partidos da Casa e que se tenha essa relação clara, transparente, produtiva para a Cidade com o Executivo Municipal.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Eu é que agradeço a V. Exª, Dr. Raul. O Dr. Raul é um médico de atuação comunitária, está nos bairros, sobretudo naqueles mais carentes da nossa Cidade, e, à mercê do seu trabalho, da sua competência, ele mais uma vez é conduzido a esta Câmara de Vereadores. Muito obrigado, eu estou à sua disposição, V. Exª sabe disso, também aos demais companheiros.

Eu ouvi a fala do nosso querido Ver. Tarciso, falando a respeito das pessoas mais pobres, mais carentes e da questão das vilas e das comunidades mais necessitadas da nossa Cidade. Isso também precisa estar contemplado; tenho certeza de que vai estar contemplada a regularização fundiária, entre outras questões, nesse reexame do Plano Diretor.

 

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Valter, quero cumprimentá-lo pela indicação como Líder do Governo, desejo boa sorte, em nome da Bancada do PPS, em meu nome. Confio na condução da sua Liderança no Governo, V. Exª certamente terá muito trabalho para, durante o seu período como Líder, articular bem as necessidades e as demandas dos Vereadores que representam o povo desta Cidade com o Executivo Municipal. Em tempos de crise é necessária muita união, muita articulação para vencer todos os problemas que são enfrentados normalmente numa cidade, com as contradições de uma cidade, mas principalmente em tempo de crise é preciso muita unidade, muita articulação, muita determinação e tolerância na concessão do diálogo e na busca do consenso. Sucesso a Vossa Excelência.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Muito obrigado, Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ver. Valter, seu tempo está esgotado.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Muito obrigado, Vereador; muito obrigado, Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Falou o Ver. Valter Nagelstein em Comunicações. Solicito que o Ver. Toni Proença assuma a presidência dos trabalhos para que este Vereador possa se manifestar em Comunicação de Líder.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Toni Proença, colegas Vereadores e Vereadoras, eu queria lembrar que, na semana passada, discutimos aqui a decisão do Ministério Público deste Estado de mandar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade ao Tribunal de Justiça, questionando a legislação que compôs os Cargos de Confiança desta Casa. Eu espero que todas as Lideranças façam uso de seus tempos hoje, conforme nós combinamos, para debater, discutir e aprofundar o debate sobre os Cargos de Confiança, e eu quero fazer um desafio. Conversei com o Presidente Melo, e nós temos uma proposição que vamos retomar hoje na Mesa Diretora. Nós queremos fazer um debate público sobre a questão dos Cargos de Confiança no Rio Grande do Sul. Queremos mostrar para este Estado que podemos desafiar os outros órgãos públicos a fazerem o que estamos fazendo: o Portal Transparência. Verª Fernanda, lá estão os gastos que V. Exa fará a partir de agora, o seu gasto em papel, em telefone, em gasolina, com os seus assessores e com alguma viagem. Inclusive as viagens são da cota do Vereador; não se faz aqui como em outras Câmaras, em que se viaja “a torto e a direito” pelo País.

Por que não se faz esse questionamento a outras Câmaras Municipais, a outras instâncias governamentais? Vamos verificar todos os casos - todos os casos - de nepotismo cruzado; vamos verificar, em todas as instâncias, as indicações, por exemplo, de estagiários, que são, na maioria das vezes, CCs camuflados, um serviço terceirizado. Nós sabemos - eu já denunciei aqui - que na Procempa, no dia que findou o contrato de 23 estagiários, passaram um ato continuo à empresa ADM de Segurança. Isso, sim, tem que ser discutido; isso, sim, tem que ser investigado! Agora, aqui na Câmara nós temos quatro Cargos de Confiança nos Gabinetes: os cargos de Direção e os cargos de Mesa e Comissões. Nós temos alguns casos antiqüíssimos que estão em disputa na Justiça, mas fizemos com que esses cargos fossem cargos em extinção.

Ademais, sobre a segurança parlamentar, eu pergunto: querem que contratemos uma empresa terceirizada para fazer a segurança parlamentar? Essas perguntas não têm respostas. É impressionante, porque na semana passada, no final da tarde, toda a imprensa falava do caso, só que, de lá para cá, só falamos nós. Do lado das outras instituições, há silêncio sepulcral...! Aqui não; aqui há vida, aqui há trabalho. No recesso parlamentar, nós nos reunimos todas as quartas e quintas-feiras em Comissão Representativa. Temos recebido na Mesa Diretora todas as instituições, sem exceção, que nos procuram. Aqui se chega cedo pela manhã, vêem-se Vereadores atendendo nos finais de semana nas comunidades. Se há exceção, são exceções. Mas eu quero desafiar, como queremos desafiar também a ONG Transparência Brasil, que andou divulgando dados inaceitáveis sobre o Parlamento desta Casa, critérios inaceitáveis, inclusive colocaram dados sobre a questão do patrimônio de alguns Vereadores aqui que não conferem com a realidade. De onde tiraram esses dados? Nós podemos processá-los. Afinal de contas existe ou não existe justiça neste País?

Senhoras e senhores, colegas Vereadores, nós temos que debater essa questão, em nome do meu Partido, que assinou a nota juntamente com os outros Partidos, nós queremos o debate. Não temos nada a esconder. Agora não venham fazer demagogia sobre esta Casa. A Câmara Municipal de Porto Alegre não será a “geni” do serviço público e dos órgãos públicos! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Adeli Sell.

 

(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, estamos aqui para falar sobre o episódio Cargos em Comissão. Quero repetir que trabalho no serviço público há 34 anos e já ocupei cargos de primeiro, segundo, terceiro e quarto escalão. E a questão sempre se repete.

Na década de 80, eu fazia um curso em Brasília, na Escola Superior do Ministério da Fazenda, onde tive a satisfação de ser professor e instrutor por muito tempo. A ESAF está localizada a cerca de 20 quilômetros de Brasília, e todos os dias eu pegava um ônibus, ia ao Centro da Cidade comprar três ou quatro bombons para buscar uma nota fiscal, porque, pela absurda, atrasada e burra lei do Estado do Rio Grande do Sul, se qualquer autoridade dissesse “o Ferronato está em Brasília”, essa assinatura não servia. Era preciso uma nota fiscal de duas ou três bobagens para provar que eu estava em Brasília.

Eu sou da seguinte teoria, meus caros Vereadores e Vereadoras: se eu assinar que estou viajando como funcionário público e não estiver, joguem-me pela porta da rua. Nós temos que acreditar no nosso ente público. Eu tenho dito e repito: essas leis atrasadas do Rio Grande do Sul, meu caro Presidente, têm levado este Estado a quase falência. Nós, aqui, nos preocupamos com picuinhas de pequeníssimo valor - dois reais, três reais, quatro reais -, e é um perigo se nós, Presidente da Câmara, Secretário, aqueles que têm poder de autorizar despesas, não colocarmos o carimbo certo num empenho. Corremos sério risco de não termos as nossas contas aprovadas. É preciso pensar num Estado do Rio Grande do Sul grande e não num Estado pequeno, pensando em coisas pequenas.

Naquela oportunidade, enquanto eu, servidor de nível superior da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul, em Brasília, ia ao Centro da cidade buscar uma nota fiscal, numa vexatória tragédia, para poder provar que estava em Brasília, os meus colegas de outros Estados tinham suas mordomias e iam para os gabinetes de Ministros, de Deputados e Senadores para conquistar coisas para os seus Estados. É o primeiro aspecto. Agora, começa de novo a história dos CCs em Porto Alegre. Há cinco CCs em meu gabinete, mais dois indicados pelo Partido. Se Porto Alegre, a Capital do Estado dos gaúchos, tiver diminuída a sua potencialidade de geração de bem-estar social do seu povo por causa dos CCs que trabalham nas nossas assessorias, então é de se perguntar se isso efetivamente está dentro de algum parâmetro e dimensão razoáveis do que se está tratando.

Eu fui Vereador em Porto Alegre por oito anos; estou voltando, e esta é, foi e será uma Câmara austera, séria, representada por Vereadores e Vereadoras dignos, que têm aqui seus assessores, que trabalham com honestidade, seriedade e afinco para o bem da cidade de Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Airto Ferronato.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Adeli; em seu nome, cumprimento os demais Vereadores e Vereadoras; saúdo também o novo Líder do Governo, desejando-lhe uma boa condução dos trabalhos, porque sempre é muito importante a relação do Governo com a Câmara de Vereadores.

Eu quero aqui também, como Presidente da COSMAM, saudar a municipalização do Sistema Murialdo, são os sete postos que faltavam para o Município assumir a totalidade do Sistema Pleno de Saúde. Mas também quero fazer aqui minhas as palavras da Presidenta do Conselho Municipal de Saúde: a festa, Dr. Raul, poderia ter sido completa se o Conselho tivesse tido conhecimento dos termos da municipalização, porque o Conselho é o órgão do controle social e ficou sabendo no dia da assinatura dos termos. Então, é uma questão profundamente importante para toda a Cidade, em que o Conselho é o órgão soberano, o órgão deliberativo, e ele não teve conhecimento dos termos da municipalização. Nós todos ficamos sabendo na segunda-feira, às 10h, fomos convidados de última hora. Aliás, nós não fomos convidados, eu fiquei sabendo através de terceiros do ato de assinatura da municipalização do Sistema Murialdo, assim como o Conselho, porque o ato estava marcado, inicialmente, para as 14h e foi antecipado para as 10h de segunda-feira em função de agenda do Secretário Estadual da Saúde, o Sr. Osmar Terra.

Faço esse registro, saudando a chegada, mas também identificando e criticando isso, que é uma falha que não pode acontecer, porque o controle social é um órgão que tem que ser valorizado, prestigiado, e é o ente soberano de fato, sobre o assunto.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Todeschini, eu gostaria de me somar à sua manifestação no sentido de que haja uma aproximação, nesta nova etapa do Governo Fogaça, com o Conselho Municipal de Saúde. Acho importante, sempre, a parceria da questão social em todos os processos e acredito que isso vai, aos poucos, sendo retomado. É uma iniciativa importante essa de aproximação, e eu vou tentar fazê-la, como durante a Legislatura passada já tentei, de uma maneira não-frutífera, mas vou continuar tentando para que haja essa aproximação, novamente, real entre o Conselho e a Secretaria Municipal de Saúde. E só para complementar: eu também fui surpreendido pelo horário do ato em si, em função da agenda, que realmente surgiu, do Secretário Osmar, que foi a posse do Secretário Estadual da Fazenda.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo aparte, sua manifestação só corrobora aquilo que nós manifestamos aqui.

Outro assunto que tenho obrigação de trazer a esta tribuna é o seguinte: nós vamos ter, domingo agora, dia 25, um concurso público do Município de Porto Alegre, com edital. Serão selecionados profissionais das diversas áreas para 318 vagas nos diversos níveis técnicos, entre os quais 27 para o cargo de Técnico Social Enfermeiro. Recebi uma denúncia do Sindicato dos Enfermeiros, que já ingressou no Ministério Público, porque a empresa que está realizando o concurso, albergada num Decreto de 17 de dezembro de 2007, deixou de especificar a bibliografia inerente ao conteúdo das provas. Eu gostaria que o Líder do Governo, se estivesse presente, pudesse olhar com atenção, porque isso vem causando inúmeras dúvidas acerca da lisura do concurso, gerando dificuldades na identificação dos critérios que serão seguidos pela banca corretora e dúvidas sobre em qual abordagem científica se deve basear o estudo e a resposta aos questionamentos.

Vejam só, é um concurso público que não tem bibliografia, Ver. Dr. Raul. Nós temos o caso, por exemplo, dos diabéticos, várias correntes de opiniões e várias teorias científicas. Em qual delas serão baseadas as respostas corretas? E o mais grave é que a empresa que realiza o concurso é a Conesul, que já tem um histórico pregresso. A Fundação Conesul de Desenvolvimento é um órgão alheio à Administração Pública Municipal, que lhe outorgou esse poder, a Fundação tem um histórico muito grave, muito sério: realizar concursos com inúmeras questões anuladas ou concursos totalmente anulados, como alguns que ocorreram recentemente.

Então, eu faço esse registro e vou retomar esse assunto amanhã, é preciso que a Câmara fique de olho, porque as coisas não estão suficientemente claras. Obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Carlos Todeschini.

Queria aproveitar e convidar a Deputada Federal Luciana Genro, do PSOL, para tomar assento à Mesa e fazer parte da nossa plenária, do nosso debate nesta Comissão Representativa, neste período de janeiro, recesso da Câmara Municipal. É uma satisfação, Deputada Luciana Genro, recebê-la aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre, V. Exª já foi nossa Deputada Estadual e tem trabalhado tanto pelo bem da nossa Cidade, inclusive contribuiu com a democracia participando das últimas eleições municipais.

O Ver. João Pancinha está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Nobre Ver. Adeli Sell, Presidente desta Sessão; Deputada Federal Luciana Genro, é uma satisfação tê-la aqui conosco, saliento que V. Exª tem uma Bancada expressiva, em qualidade, com os Vereadores Fernanda e Pedro Ruas.

Eu quero inverter um pouco a minha fala, porque o tempo era de dez minutos e, por solicitação, passou para cinco, e não consegui fazer um aparte ao nobre Ver. Valter Nagelstein. Eu quero saudar a sua indicação à Líder do Governo e também quero saudar a sapiência do Prefeito Fogaça nessa escolha, tenho certeza de que V. Exª tem plena capacidade, tem plenas condições de exercer perfeitamente bem essa incumbência, com trânsito; mesmo sendo seu primeiro mandato, tenho certeza de que, apesar de ser um trabalho difícil, complicado, será um trabalho que vai dignificar a sua carreira e também esta Câmara de Vereadores. Com certeza, V. Exª pode contar com a nossa colaboração.

Quero comunicar que ontem a Sociedade de Engenharia realizou o SERGS Debates, oportunidade em que se discutiu a questão do saneamento. Estiveram presentes nesse evento, que se realizou das 9h às 16 h, o Sr. Marco Alba, Secretário de Estado de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano; o Sr. Daniel Andrade, Secretário de Estado da Infra-estrutura e Logística; o Sr. Mário Freitas, Presidente da Corsan; o Sr. Flávio Presser, Diretor do DMAE; o Sr. Arnaldo Dutra, Diretor-Geral da Companhia Municipal de Saneamento de Novo Hamburgo, a Comusa; o Sr. Ronaldo Vieira, do Semae de São Leopoldo; o Sr. Marcus Caberlon, do Samae de Caxias do Sul. Foram tratados diversos temas a respeito do saneamento, em relação à preocupação que existe, Ver. Todeschini, envolvendo o saneamento no Estado e, muito particularmente, em relação a Porto Alegre.

O Diretor Flávio Presser levou um material de excelente qualidade, que foi entregue aos participantes do evento, intitulado “Transparência que Produz Resultados”. É um relatório do que foi feito no período de 2005 a 2008 e também introduzindo o planejamento estratégico do DMAE. O Ver. Todeschini já foi Diretor do DMAE e sabe da importância que tem esse tema, a importância que tem o planejamento estratégico. Chamou muito atenção a meta a que se propõe esse planejamento estratégico, que é atingir 100% da coleta e tratamento de esgoto até o ano de 2030, com investimentos próprios da ordem de 1,5 bilhão de reais. Isso é alvissareiro, porque, em pouco mais de vinte anos, ou em vinte anos, teremos a coleta total e tratamento do esgoto cloacal, e isso é muito importante para o desenvolvimento da nossa Cidade, Ver. Pedro Ruas.

É voz corrente aqui na Câmara a necessidade do cuidado que temos que ter com o Plano Diretor, porque, quando o Legislativo e o Executivo caminham no mesmo sentido, sabendo da importância, sinalizando o mesmo rumo, isso torna o trabalho mais produtivo, e certamente o Plano Diretor vai ser muito estudado, muito bem elaborado. Saúdo a realização desse encontro no dia 27, que vai colocar aos Vereadores e às Vereadoras como está o Plano Diretor e como vamos trabalhar na Comissão Especial, que será instalada no dia 04. Então, saúdo a iniciativa do Prefeito Fogaça de incumbir o nobre Ver. Valter de colocar na pauta, como primeira ação, a realização, o estudo e a elaboração do Plano Diretor. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. João Pancinha. A Verª Juliana Brizola está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Deputada Federal Luciana Genro, é uma honra recebê-la na condição de Deputada, companheira, amiga e nossa líder do PSOL, tenho certeza de que aqui falo em nome também da Verª Fernanda Melchionna. Há uma coincidência, Deputada Luciana Genro, porque o tema que me traz neste momento em Comunicações é um tema que passa por um trabalho de Vossa Excelência.

Nós temos visto, Vereadores e Vereadoras - em função da assim conhecida crise mundial econômico-financeira, que chega ao Brasil de forma intensa, lamentavelmente -, que setores da economia representados por empresários de áreas diversas têm buscado no Governo Federal, como buscam nos Governos Estaduais e Municipais, uma série de benefícios, que vão desde isenções na área tributária até mesmo o recebimento de dinheiro vivo. Não é um fenômeno brasileiro, é um fenômeno mundial neste momento, mas importa muito ao nosso País essa situação. O argumento central do empresariado para a busca desses recursos é de que eles querem, entre aspas, evitar demissões. Fundamentalmente é isso. Por coincidência, hoje pela manhã, no Programa Polêmica, da Rádio Gaúcha, perguntavam se esse argumento de evitar demissões é verdadeiro ou falso. Ou seja, se há setores empresariais aproveitando a crise para demitir - que demitiriam com ou sem crise - ou se realmente é sincero esse pedido. É o tema hoje do programa, que vai até às 11h15min da manhã. É um tema que nos preocupa muito.

E recentemente, em entrevistas para rádios aqui do Rio Grande do Sul, o Ministro Carlos Lupi, Verª Juliana Brizola, falou que o Governo tem intenção, sim, de coibir as demissões. Mas, segundo o Ministro Carlos Lupi, falta ao Governo um instrumento, algo como uma legislação que impeça essas demissões, já que vigora no Brasil a regra de que nós temos a possibilidade da demissão, lamentavelmente permanente, com ou sem justa causa, por parte dos empregadores brasileiros. O argumento central que justifica esses pedidos empresariais de recursos e isenções é exatamente a crise que enfrentamos.

Há cerca de vinte dias, por iniciativa da Deputada Federal Luciana Genro, elaboramos aqui no Rio Grande do Sul, e tive a honra de participar desse trabalho, um Projeto de Lei que a Deputada apresentou no Congresso Nacional. Ver. Toni Proença, é um Projeto de Lei de extrema importância, ele é baseado numa legislação internacional, na Convenção nº 158, da Organização Internacional do Trabalho, a OIT, que, em 1996, apresentou mundialmente uma norma que proíbe demissões imotivadas, ou seja, sem justa causa. O Brasil é signatário não só da OIT como da Convenção nº 158, mas não a aplicou aqui, a não ser pelo período de um mês e meio.

Quando terminar meu tempo, Presidente Adeli Sell, vou falar em tempo de Comunicação de Líder do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vossa Excelência poderá usar os seus cinco minutos para concluir. A partir de agora, então, V. Exª está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PSOL, não sendo permitidos apartes.

 

O SR. PEDRO RUAS: Muito obrigado, Presidente.

Então, o que ocorre efetivamente? Com base nessa legislação internacional, a Deputada Luciana Genro apresenta, no Congresso Nacional, um Projeto, que está tramitando neste momento, proibindo - vejam Vossas Excelências a importância do Projeto - as demissões no Brasil pelo prazo de seis meses, à exceção dos contratos por prazo determinado - onde o mais conhecido deles, Ver. Adeli Sell, é o contrato de experiência - e por justa causa. A importância desse Projeto é gigantesca: é, para os trabalhadores, a garantia de que, no chamado do período de auge da crise, imagina-se que seja do início do ano até meados do ano, suas famílias, além de eles próprios, tenham aquele mínimo necessário, que é o emprego que dá, para a sua sobrevivência pelo menos digna.

Por outro lado, parece-me que até mesmo fortalece, Deputada Luciana Genro, que nos honra com sua presença, o argumento empresarial. Por quê? Qual é a desconfiança de todos, incluindo a do Ministro do Trabalho? É que as empresas recebam os recursos, recebam os benefícios e continuem demitindo. Há pouco ouvimos denúncia do próprio Presidente da República, que dizia, Ver. Todeschini, que estavam concedendo valores aos bancos que deveriam ser repassados para a manutenção do crédito no País e que eles não estavam sendo repassados, que, portanto, deveria haver uma fiscalização maior nesse sentido. Lembrando mais uma vez: o Ministro Carlos Lupi disse que faltava o instrumento. Não falta mais, não falta mais; o instrumento, do ponto de vista legal, existe, o instrumento é exatamente, Verª Fernanda, essa legislação, que pode acontecer por um Projeto de Lei; havendo apoio do Governo Federal, por óbvio, o Projeto poderá ser aprovado em pouquíssimo tempo, em pouquíssimos dias até.

E não é, repito, uma criação nacional, muito menos do PSOL; é baseado numa legislação internacional, que é muito mais, entre aspas, dura no sentido de garantir o emprego. A legislação internacional proíbe sem prazo nenhum - ou seja, para sempre - as demissões imotivadas, o que é um cenário ideal, que nós apoiamos e que gostaríamos que ocorresse sempre. Nós apresentamos um Projeto, nas mãos, no talento, na representatividade da Deputada Federal Luciana Genro, ele apresenta um caráter temporário, ou seja, o Projeto estabelece o limite de seis meses para esse tipo de proibição. Aí teríamos, do lado dos trabalhadores, um nível mínimo de garantia durante a crise, eles não seriam utilizados como massa de manobra, como argumento de que suas demissões continuariam ocorrendo - argumento falso para benefícios empresariais -, e, por outro lado, aqueles empresários que realmente têm franqueza e sinceridade nas suas reivindicações terão uma segurança em relação àquilo que querem do Governo, por estarem exatamente impedidos de praticar - o que eles próprios não querem fazer - as demissões.

Ainda na terceira ponta - e é tripartite, parece-me, esse benefício -, o próprio Governo fica com mais segurança, porque, ao conceder benefícios, seja por isenções fiscais, seja por empréstimos, seja por doações, enfim, seja pelo que for, tem a segurança de que a palavra do empresário, no sentido amplo, como classe empenhada, será cumprida, mesmo porque as demissões não serão permitidas. Então, parece-me, Vereadores, Vereadoras, que temos - este aqui é um apelo -, de parte deste Legislativo, a possibilidade de apoiar esse Projeto de Lei. Entendo, Deputada Luciana Genro, que os legislativos estaduais e municipais de todo o País devam fazer coro ao seu Projeto, no sentido de apoio transmitido diretamente aos seus Pares do Congresso Nacional, para que tenhamos condições de ter, no nosso País, uma legislação que é modelo. Porque a Convenção nº 158 da Organização Internacional do Trabalho, em que se baseia o Projeto, é uma Convenção que circula no mundo todo, mas ainda não existe no planeta uma legislação nacional que tenha referência na Convenção nº 158 da OIT e que esteja em vigor.

Portanto, podemos, do ponto de vista nacional, mesmo que temporariamente, repito, Presidente Adeli Sell, ter uma legislação que seja paradigma, que seja referência mundial e que, acima de tudo, contemple os interesses da sociedade brasileira como um todo neste momento que chega, de forma intensa e socialmente trágica, algo que pode, pelo menos, ser minorado num prazo determinado.

Concluo, Sr. Presidente, colegas Vereadores, dizendo que a presença da Deputada Luciana Genro neste momento é uma feliz coincidência, mas traz a todos nós, Deputada, a possibilidade de lhe colocar a idéia de um apoio integral e forte no sentido de que seja aprovado o Projeto e de que tenhamos dias melhores no nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A partir deste momento, colegas Vereadores e Vereadoras que não falaram em Comunicações, eu receberei suas inscrições, bem como as das Lideranças partidárias que ainda não fizeram uso da palavra pelo seu Partido.

O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Deputada Luciana Genro, que nos distingue com a sua visita, senhoras e senhores, neste mundo globalizado, nada passa ao nosso largo e nada foge à nossa percepção, e a posse, ontem, nos Estados Unidos da América, encheu-nos, tenho certeza, de esperança.

Eu me lembro, imediatamente, das palavras do escritor Eduardo Galeano, quando falava da utopia: “La utopia está en el horizonte, por mas que yo camine, jamás a alcanzare; se camino diez pasos en dirección a ella, ella se aleja diez pasos mas para la. Por mas que camine, jamás la alcanzare. Entonces” - pergunta Galeano - “para que sirve la utopia? Para esto sirve: para caminar”. A esperança, o sonho, é o que nos move.

Ontem, assistindo às multidões em Washington - tenho certeza de que todos os outros países do mundo celebravam a vitória da democracia, a esperança e os sonhos -, eu pude ver e mais uma vez constatar que coisa fantástica é o exercício daquilo que nós, Srs. Vereadores, estamos fazendo aqui, o exercício da política, que é capaz de imantar sonhos, é capaz de acalentar os mais generosos desejos das civilizações, da espécie humana, no sentido de que nós persigamos, constante e incessantemente, aquilo que é o objetivo de todos nós: a dignidade das pessoas e o acesso as mais básicas condições de vida. E esse é o exemplo que vem lá do Norte. Eu lembro, Ver. Todeschini, e a frase não é minha, obviamente, Verª Fernanda, é de Winston Churchill: “A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas”.

Tomara que esse exemplo que vem dos Estados Unidos da América espraie-se - para usar a expressão do nosso ex-Governador Olívio Dutra - por toda a América Latina, espalhe-se por todos os outros países do mundo. Que nós possamos, a partir de um novo Governo, com mais diálogo, vencer o abominável embargo que se impõe sobre Cuba, mas que Cuba também possa experimentar a democracia na sua plenitude. Que nós possamos, em experiências na América Latina, em que novamente se opõe irmão contra irmão, vencer esse paradigma do conflito e construir novos capítulos de desenvolvimento, de acesso à dignidade de novos meios.

E, na semana passada, tivemos aqui uma breve discussão, não digo um enfrentamento, mas um saudável debate a respeito da nossa função, do papel do nosso Partido, do meu Partido, do PMDB, no contexto político brasileiro. Eu, mais uma vez, gostaria de expressar aquilo que é a história do nosso Partido e que vai se consubstanciar, Ver. Ruas, Verª Fernanda, Srs. Vereadores, no encaminhamento que vamos fazer do nosso Plano Diretor aqui na Cidade. A visão que o PMDB busca, a visão que o PMDB do Rio Grande do Sul acalenta, alimenta, há muito tempo, é a visão da virtude que está no meio, de nós podermos ouvir todas as partes, podermos fazer a correta mediação entre os interesses que compõem a pluralidade da sociedade gaúcha, da sociedade porto-alegrense. E a partir, exatamente, dessa capacidade de ouvir todos e compreender a legitimidade dos anseios e dos desejos das pessoas, conseguirmos construir um denominador comum que venha ao encontro do interesse maior da sociedade porto-alegrense.

Brevemente, Ver. Adeli Sell, eu só gostaria, com respeito, com relação a essa propositura do Ministério Público, no que diz respeito à Ação Direta de Inconstitucionalidade, lembrar aquilo que está esculpido na nossa Carta Magna, na Constituição Federal, no art. 5ª e no caput, que diz que todos - sempre é bom relembrar essas questões - são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido-se aos brasileiros, aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade nos termos que se segue ao caput.

Pois bem, se se questiona com relação à Câmara de Vereadores a possibilidade, a prerrogativa de nós, Vereadores, termos os nossos Cargos em Comissão, os nossos CCs, quero dizer que talvez seja aceitável essa propositura, desde que os outros Poderes, a começar por aquele que propõe, o Ministério Público, olhem também para dentro de si. Que cada um exija, para dentro de si, aquilo que nos é exigido hoje da Câmara Municipal de Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Valter Nagelstein.

Algum Vereador mais deseja se manifestar? (Pausa.) Assim sendo, agradeço a presença de todos, convocando os Srs. Líderes e os membros da Mesa Diretora para a nossa Reunião de hoje às 14 horas.Também estão convidados aqueles que tiverem interesse de estar conosco hoje às 16h30min, quando receberemos a Direção da Unimed Porto Alegre no Salão Nobre da Presidência; bem como amanhã, às 14 horas, o Sindicato Rural, seu Presidente Cleber e outros que estarão nos visitando. Agradeço, mais uma vez, a presença honrosa da Deputada Federal Luciana Genro.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Reunião às 10h57min.)

 

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